Hermínia Lima gere um grupo nas redes sociais chamado 'Amigos das Ribeiras de Espinho'. Fotografia: Sara Ferreira/DE

O grupo Amigos da Ribeira do Mocho tem desempenhado um papel importante na defesa da zona ribeirinha de Guetim nos últimos anos. Falámos com a dirigente Hermínia Lima que nos explicou melhor o trabalho que têm realizado, assim como mostrou a grande biodiversidade existente no parque da Picadela.

Hermínia Lima é uma das principais ativistas pela preservação da ribeira do Mocho e valorização do parque da Picadela. O grupo que dirige está inscrito no Projeto Rios, da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) desde 2019. “Nós [Cooperativa Nascente] fizemos uma parceria para o lançamento de um livro sobre as zonas verdes de Espinho e, depois disso, eu andei a pesquisar projetos ambientais com a intenção de proteger principalmente a Picadela”, conta-nos a espinhense.

Desde então têm sido várias as ações levadas a cabo em prol deste ecossistema. Hermínia destaca a parceria com a Bandeira Azul nos últimos dois anos que levou à limpeza do leito do rio, onde diz terem encontrado “sobretudo sacos grandes de plástico, vidro e pneus”. Além disso, o grupo já promoveu no Parque da Picadela iniciativas em pareceria com a Cerciespinho, com uma turma do ensino secundário da Escola Dr. Manuel Laranjeira e a Escola Básica de Guetim, em que houve uma grande preocupação em sensibilizar os alunos para a grande biodiversidade que se pode encontrar no local.

Choupos, carvalhos, salgueiros, amieiros, sabugueiros, pinheiros, língua-cervinas, orquídeas selvagens, os mais diversos tipos de cogumelos, são vários os exemplos do património natural do parque guetinense, que tem sido defendido através do grupo ambientalista da Cooperativa Nascente. Numa das iniciativas levadas a cabo com estudantes, foram realizadas ações de contenção da dispersão de espécies invasoras. “Dividimos os alunos e alguns foram fazer o descasque das acácias, outros a limpeza da ribeira, outros ainda a monitorização da qualidade da água”, descreve a responsável, acrescentando ainda que tem havido uma tentativa de erradicar “super invasoras” como as ervas-das-pampas e as ervas-da-fortuna.

Relativamente às análises feitas à qualidade da água da ribeira, a dirigente dos Amigos da Ribeira do Mocho considera ainda que as principais ameaças a montante se prendem com descargas feitas em Grijó e o uso de pesticidas junto nas margens do curso de água.

Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 2 de março de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.