Oporto Golf Club: Uma academia para formar os golfistas de amanhã

Foto: Sara Ferreira

É um dos mais jovens projetos do centenário Oporto Golf Club. A Academia de Golfe foi lançada em 2019 e atualmente é já um sucesso e uma referência no meio. A ideia de Luís Miguel Montenegro acolheu, desde a primeira hora, o aplauso e o apoio da direção do clube que em menos de um ano passou do papel à prática. Atualmente são mais de meia centena de jovens praticantes que usufruem de um trabalho de preparação na modalidade.

É um projeto pensado para os jovens e uma forma que o Oporto Golf Club (OGC), o mais antigo clube de golfe da Península Ibérica e um dos mais antigos da Europa, levar os mais novos a praticarem a modalidade e a conquistar novos associados. A ideia passou por substituir a antiga escola, que apenas lecionava ao sábado e domingo, por um ensino da modalidade disponível ao longo da semana. A infraestrutura necessária para o arranque nasceu em menos de meio ano e custou cerca de 80 mil euros.

“Sempre tivemos uma escola de golfe onde estavam os dois profissionais, o Eduardo Maganinho e o seu irmão. No entanto, as aulas de golfe só estavam disponíveis ao sábado e ao domingo para os jovens golfistas, não havendo a possibilidade de as ministrar nos restantes dias porque os monitores tinham as aulas particulares ao longo da semana”, conta o atual vice-presidente da direção do OGC e mentor da ideia da Academia, Luís Miguel Montenegro.

“Em Portugal começaram a surgir as academias nos clubes de golfe e começamos a sentir falta de jovens jogadores. Por outro lado, havia a necessidade de os nossos jogadores treinarem mais”, explica dando como exemplo o clube vizinho, em Miramar, que “já tinha a sua academia montada e estava a realizar um trabalho com resultados à vista nas competições, aumentando o número de praticantes e, também, a quantidade de treinos ao longo da semana”.

Esse acabou por ser o catalisador necessário para “a direção do OGC avançar com decisão de criar a academia e dar o salto. Não podíamos continuar com o formato que tínhamos”, diz o dirigente responsável pela Academia de Golfe.

“A escola funcionou ao longo de muitos anos, mas não era compatível com o paradigma do golfe atual. Quando se tem objetivos nesta modalidade é necessário trabalhar e treinar muito”, diz o dirigente, explicando que “a primeira medida que tivemos de assumir foi, desde logo, encontrar um treinador”.

A primeira escolha caiu em Miguel Valença, que fazia parte do programa do Paredes Golfe Clube, que, segundo o dirigente, “era um projeto com uma ligação a todas as escolas daquele concelho que têm na área curricular a modalidade do golfe e conta com um enorme apoio da Câmara Municipal que transporta todas as crianças para o campo. Era um projeto muito interessante e estava a ter muito sucesso e, por isso, este treinador dava-nos todas as garantias para arrancarmos de forma muito segura com a nossa Academia de Golfe”, recorda.

“O Miguel Valença, com a sua experiência, entendeu por bem serem dois treinadores e, por isso, também veio o Afonso Girão. Passámos a trabalhar com os jovens todos os dias, de manhã à noite”, acrescenta.

O projeto arrancou, mas faltavam as condições e o espaço. “Perguntámos ao Miguel Valença o que era necessário em infraestruturas para que tivéssemos uma boa academia. Por isso, montámos uma estrutura à qual chamamos ‘estúdio’ que não serve, apenas para bater bolas, mas para a análise de swing através de um avançado programa que já detínhamos e que nos tinha sido oferecido pelo presidente da direção de então, Manuel Violas”, explica Montenegro.

Projeto avançou em tempo recorde de seis meses

Identificados os problemas e as soluções, Miguel Valença disse que o novo espaço teria de ser criado em três ou quatro anos. Mas o projeto avançou mais rápido e “em cerca de meio ano foi construída a infraestrutura porque os meus colegas de direção concordaram desde logo e deram luz verde para se avançar”, revela Luís Miguel Montenegro, acrescentando que foi ele que fez o desenho do estúdio juntamente com o profissional do clube, Eduardo Maganinho. “Falámos com uma empresa de Cortegaça que faz casas modulares e nasceu a obra”, dá nota, acrescentando que “para essa empresa também foi algo de novo e, por isso, tiveram todo o interesse em agarrar o desafio”.

O projeto arrancou e Luís Miguel Montenegro diz que, a partir desse momento, “aumentamos o número de jogadores”, reconhecendo que “muitos vieram com o Miguel Valença”.

“Atualmente temos uma Academia de Golfe que funciona todos os dias, de manhã à noite e com iluminação. Aos sábados e aos domingos realizam-se os treinos de conjunto. Nos restantes dias os atletas podem marcar os treinos ou com o Miguel Valença ou com o Ricardo Garcia [ex-jogador, açoriano, da Ilha Terceira], que são agora os dois treinadores da academia”.

A Academia está aberta aos jovens associados e, a direção promete não existir distinções. “Há clubes que diferenciam os jogadores da academia e do clube em si, mas no Oporto Golf Club não fazemos distinção. O jovem que entra para nosso associado, automaticamente faz parte da Academia de Golfe”, dá nota o vice-presidente.

Munição para as equipas principais

À semelhança das outras modalidades, captar atletas mais novos para formação será uma mais valia para as equipas futuras, um tópico partilhado pelo dirigente. “Antes de montarmos a Academia tínhamos uma equipa principal de homens, mas nas camadas jovens começámos a não ter miúdos. Foi por isso que sentimos que teríamos de fazer algo para os captar e para os atrair para a modalidade. Tínhamos de preencher os ciclos de forma a que garantíssemos uma equipa principal”, lembra o responsável da direção do clube.

Segundo Luís Miguel Montenegro, “os jovens, a partir dos 23 anos, concluem os estudos e começam a trabalhar e é nessa altura que deixam de fazer parte da Academia. Este foi o sinal que tivemos para mudar a nossa filosofia e forma de trabalhar dentro do clube”, acrescenta.

A Academia de Golfe tem sido, assim, uma mais-valia para o clube. Após um período em que o clube não ganhava títulos, após a criação da Academia o OGC tem somado títulos atrás de títulos. “Já ganhámos quatro campeonatos nacionais, sendo os três últimos consecutivos, com a nossa equipa principal, o que reflete todo este trabalho que temos estado a realizar”, afirma Montenegro.

A Academia de Golfe do OGC é atualmente uma referência que, juntamente com o nome do próprio clube é, por si só, “um atrativo para os jovens jogadores de golfe”, assegura Luís Miguel Montenegro fazendo questão de valorizar, sobretudo, “o trabalho que estamos a fazer com os jogadores mais novos”.

“É uma alegria vermos pelo OGC tantas crianças”, evidencia o dirigente.

Artigo completo na edição de 15 de junho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.