As danças de salão são um dos estilos mais procurados na cidade (Fotografia: Sara Ferreira)

Cidade de desporto, Espinho há muito que deixou de ser apenas um pequeno paraíso do voleibol, do golfe ou do futebol. No dobrar de cada esquina, encontram-se sons, ritmos, gestos e pequenas multidões que transparecem uma outra realidade. É inegável que a dança está cada vez mais enraizada e a prova é que há cada vez mais praticantes, transformando-a numa modalidade em constante crescimento.

Em cada sala de aula, há alegria, trabalho, exigência e também muita diversão. Os estilos são muitos e diversificados. Tanto há lugar para as danças urbanas, para os movimentos quentes e sensuais das danças de salão, como também para o clássico, com destaque para o ballet e o contemporâneo.

Na Escola de Ballet Isabel Lourenço, fundada há quase 25 anos, trabalha-se a exigência do ballet, um estilo bem conhecido do grande público, sobretudo pela beleza e dificuldade dos movimentos. Apesar de serem as camadas mais jovens as predominantes a aprenderem, a escola oferece também a possibilidade de aulas de ballet para adultos. 

Atualmente com cerca de 70 alunos, Isabel Lourenço, que sempre dedicou a vida à dança, ensina várias crianças e jovens, procurando sempre transmitir a paixão que os une. “Entrei para o ballet aos 13 anos e aos 17, como era uma das alunas mais velhas da escola, a professora colocou-me a dar umas aulas. Comecei a ajudá-la e foi a partir daí que ganhei o gosto pelo ensino”, explica Isabel, confessando ser esse o motivo que a levou a abrir a sua própria escola.

“Estive em Vale de Cambra durante seis anos e depois acabei por abrir um espaço em Espinho porque era onde vivia e queria estar. Fui para a rua 26, mas, algum tempo depois, a sala tornou-se pequena”, conta a professora de dança, que atualmente dá aulas num espaço do Museu Municipal de Espinho.

Habituada a trabalhar com turmas grandes, Isabel revela que a pandemia acabou por ser um pouco prejudicial para a modalidade, levando até à desistência de alguns praticantes. “Entram uns e saem outros, isso é normal, já nos adultos vai variando muito. Já tive turmas maiores, hoje tenho nove pessoas, mas os que tenho são assíduos”, diz, orgulhosa.

Sofia Silva, de 19 anos, pertence a um daqueles acasos do destino que acabam por ter um final feliz. Dança na Escola de Ballet Isabel Lourenço há 15 anos, mas só entrou devido a uma indicação médica que, hoje, constata, lhe mudou o caminho. “Tinha um problema nos joelhos e o ortopedista recomendou que fizesse ballet. A minha mãe inscreveu-me e a verdade é que acabei por me apaixonar completamente”, confessa, admitindo que desconhecia por complete a modalidade.

“Nem sabia sequer o que era o ballet quando entrei. Caí aqui na escola sem saber para o que vinha e foi o encontro perfeito. Já danço há vários anos e gostava muito de continuar no futuro. Sinceramente, não me vejo sem isto e acho que é uma coisa que me vai acompanhar sempre ao longo da minha vida”, garante Sofia, habituada a partilhar o palco com João Azevedo, de 14 anos.

Reportagem disponível, na íntegra, na edição de 15 de junho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€