D’Os Baixinhos ao futebol profissional e o sonho de jogar na seleção

Foto: Sara Ferreira

Começou a jogar futebol em Anta, n’Os Baixinhos, foi tigre e, aos 19 anos de idade, chegou a profissional de futebol do SC Braga. Gustavo Barge realizou uma época na equipa de sub-23 arsenalista e tem a ambição de chegar ao plantel principal.

A prática do desporto foi desde tenra idade?
Comecei a praticar desporto aos 7 anos. Estive dois meses no futsal, em Argoncilhe, mas foi uma modalidade que não me despertou grande interesse. Queria jogar à bola, mas no campo de futebol. Por isso, fui jogar para a ADF Anta/Baixinhos e nunca mais larguei o futebol.

O que o levou, afinal, ao futsal?
O meu pai jogava futsal e achou que poderia interessar-me. Desde muito pequeno que fui acompanhando os jogos do meu pai. Além de não ser bem aquilo que queria, não havia treinos e isso não me motivou. Era muito confuso para mim. Os meus pais levaram-me para a ADF Anta, onde fiquei durante três épocas consecutivas, até ir para o FC Porto.

Como foi a experiência na equipa de Os Baixinhos?
Foi um bocadinho estranha porque não conhecia muitos dos meus colegas. Alguns conhecia-os da escola. Fomos ganhando amizade uns com os outros e acabámos por formar uma boa equipa. A integração acabou por ser muito fácil, como acho que acontece com a generalidade das crianças, mas conseguimos, acima de tudo, formar um excelente grupo e tornamo-nos amigos.

Já lhe tinha passado pela cabeça poder vir a ser jogador de futebol?
Claro que já me tinha passado pela cabeça porque esse sempre foi o meu sonho. O futsal foi mesmo por influência do meu pai e acabou por ser uma ilusão que depressa apaguei. O futebol era e sempre foi a minha paixão.

O seu passo seguinte foi a entrada na equipa de sub-11 do FC Porto…
Do FC Porto ligaram aos meus pais a propor que fosse fazer um treino de captações quando ainda estava nos sub-10 da ADF Anta, mas acabei por não ser escolhido. Mais tarde, já nos sub-11, voltei a esses treinos e acabei por ficar.

O que pensou nesse momento?
Foi algo fantástico porque ia representar um clube enorme como o FC Porto. Julgo que atingir um dos grandes clubes é o sonho de qualquer criança que anda no futebol e não fui exceção. Fiquei muito feliz e entusiasmado. No entanto, foi a partir daí que pensei que, afinal, o meu sonho poderia vir a tornar-se realidade ainda mais cedo do que pensava. A verdade é que já estava num clube como o FC Porto e que as coisas, a partir daí, só dependiam de mim, do meu trabalho, empenho e dedicação. Foi uma espécie de um sinal de que daí para frente tinha as portas abertas para o futuro enquanto jogador de futebol. Penso que foi a partir desse momento que comecei a encarar o futebol mais a sério. Foi o clique.

Jogou sempre a extremo?
Na ADF Anta/Os Baixinhos era médio, mas quando fui para o FC Porto fui lateral-esquerdo. No SC Braga comecei a jogar na posição de lateral-esquerdo e atualmente alterno essa posição com a de médio-extremo. Jogo em todo o corredor esquerdo, mas às vezes jogo a extremo-direito e na posição de médio.
Faço aquilo que o treinador acha que devo fazer e dou o meu melhor em qualquer posição.

Como surgiu a possibilidade de assinar um contrato profissional com o SC Braga?
Assinei o contrato com o SC Braga no ano passado e foi a minha quarta época. No ano anterior já tinha assinado um contrato de formação com o clube. Houve interesse do clube em renovar o contrato comigo e, por isso, fiquei muito satisfeito e entusiasmado, pois estava a cumprir os meus objetivos enquanto jogador de futebol profissional. Mas isto é sobretudo o resultado de muito trabalho e de dedicação, acima de tudo de muito sacrifício. Tenho a esperança de poder vir renovar contrato
com o meu clube na próxima época, quando o atual contrato chegar ao seu termo.

Artigo completo na edição de 29 de junho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.