Espinho é um desafio para a circulação de viaturas de emergência

Os Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho dispõem de chaves para abrir o cadeado no acesso à esplanada, junto ao Hotel Praiagolfe (foto: Defesa de Espinho/DR)

Tudo ficaria mais fácil se os automobilistas fossem mais cumpridores e atentos às questões de segurança. O estacionamento irregular nas zonas pedonais, sobretudo na época balnear, é uma das maiores preocupações dos bombeiros. É preciso “mais trabalho conjunto entre as diferentes entidades envolvidas em matéria da mobilidade”, admite o comandante dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho (BVCE), Pedro Louro, mas assegura que “nada disso substitui o civismo e a cultura de segurança que todos devem ter quando param o carro”.

Questionado pela Defesa de Espinho sobre os obstáculos existentes na rua 19 e sobre as dificuldades que isso poderá causar no acesso de viaturas de emergência à principal artéria comercial da cidade, Pedro Louro reconhece que a solução ideal passaria por todos os pilaretes de acesso a vias circuláveis em caso de emergência, poderem “ser abertos através do contacto com uma central de controlo ou à distância com um comando” e que, para tal, seria necessário um “esforço financeiro”.

Em relação à situação concreta, o comandante dos BVCE garante que “há acessos alternativos e, em situações limite de emergência, as equipas estão instruídas a destruir as barreiras que encontrarem para salvaguardar vidas ou bens de superior interesse”.

Pedro Louro diz que, “no passado, todas as barreiras colocadas com cadeados foram sistematicamente destruídas por populares, pelo que a situação, apesar de estar longe do ideal, parece ser a possível, de momento, para evitar o acesso não autorizado aquela área”.

A colocação de floreiras, na rua 19, nos cruzamentos com as ruas 16 e 18 foi outra das soluções engendradas para evitar que os carros ali estacionassem.

“O acesso a veículos de bombeiros é uma preocupação, mas não é preocupação menor o acesso inadvertido e intencional de veículos a zonas pedonais ou de esplanada”, adianta Pedro Louro, acrescentando que isso “causa constrangimentos à circulação de veículos de emergência, pois os condutores estacionam aí e vão tratar dos seus assuntos”. “As floreiras foram até movidas por desconhecidos para permitir exatamente o estacionamento abusivo”, salienta, acrescentando que, além disto, “as esplanadas existentes ao longo da rua 19 causam constrangimentos à passagem dos veículos, sobretudo dos pesados”.

Rua 2 encerrada é a melhor solução

O encerramento ao trânsito da rua 2 e os obstáculos para a passagem de viaturas acaba por ser o mal menor na artéria junto ao mar e às praias.

“Circular na rua 2, durante o verão, é praticamente impossível para veículos pesados e é muito difícil para veículos ligeiros, pois genericamente não há preocupação absolutamente nenhuma da população quando estaciona os carros em relação à circulação de veículos de emergência”, diz o comandante dos bombeiros. “Estacionam em cima das transversais, o que impede logo o acesso dos nossos veículos”, explica Pedro Louro defendendo que “manter a rua 2 encerrada, não só garante maior segurança aos peões, como dá maior garantias de um corredor de circulação livre em caso de emergência, sendo o acesso feito pela rua 23 ou em contramão junto à praça do mar como temos regularmente feito”.

Artigo completo na edição de 6 de julho de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.