Foto: Isabel Faustino

Simão Teixeira é um dos jogadores mais experientes do plantel de voleibol do SC Espinho. Já com com vários anos de casa, agora com 30 anos, o líbero sabe das dificuldades que o clube atravessa, mas mantém-se otimista em relação ao futuro e já vai pensando em pendurar as sapatilhas.

Que análise faz do arranque de época? 

O arranque de época foi desafiante. Todos os jogos foram muito difíceis e parece que o campeonato está mais competitivo. Começamos muito bem na primeira jornada, contra o Oeiras, com um desempenho exímio. A equipa manteve um nível de consistência impressionante e conquistámos uma grande vitória.

No segundo fim de semana, enfrentamos o SL Benfica, uma equipa mais forte do que a nossa, e tivemos que encontrar soluções para lidar com isso e com o facto de ter sido uma dupla jornada. Tivemos que gerir o plantel da melhor forma possível.

No dia seguinte, enfrentamos o Viana, mas infelizmente não conseguimos jogar nem perto do nosso potencial. O Viana jogou muito bem e mereceu a vitória. Foi uma derrota que não esperávamos, porque entramos em campo sempre com a mentalidade de vencer, principalmente tendo em conta símbolo que levamos ao peito.

No entanto, considero o começo positivo, porque estamos a conseguir um bom nível de jogo e a caminhar em direção ao nosso objetivo de terminar entre os oito primeiros.

Sentem que têm a capacidade de alcançar os oito primeiros lugares ou consideram-se outsiders?

Na minha opinião, temos todas as capacidades para ficar entre os oito primeiros. Neste tipo de campeonato, que é gerido numa volta apenas, na primeira fase, é como uma corrida de 100 metros, um sprint intenso. Um único deslize pode deixar-nos na parte inferior da tabela, mas acredito que, com a nossa equipa e o núcleo que construímos desde o ano passado, temos condições de atingir o principal objetivo. No entanto, precisamos manter o foco jogo a jogo, porque todos os jogos são importantes. Acreditamos que podemos vencer, mas sabemos que, se não estivermos ao nosso melhor nível, enfrentaremos dificuldades.

O que acha do formato do campeonato, especialmente em relação à primeira fase?

Este tipo de campeonato começou depois da pandemia, com as paragens e o crescimento de algumas equipas. Isso tornou a logística um pouco complicada de gerir. Pessoalmente, não sou fã desta fase inicial, porque não beneficia as equipas, especialmente aquelas que estão a construir os plantéis de início. É difícil criar rotinas quando se tem uma série de jogos consecutivos, incluindo jornadas duplas, logo no início da temporada. Em dezembro, já estamos a decidir quem luta pelo título e quem luta para não descer. Acho que esta fase é muito curta para o início do campeonato.

Espero que, no futuro, possamos voltar a jogar duas voltas contra cada equipa, para termos mais rotina e para que o campeonato permaneça mais equilibrado até ao final, em vez de ficar tão decidido e difícil para as equipas que estão a construir os seus plantéis de início.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 26 de outubro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€