Faltam luzes para animar o comércio para o Natal

Fotografia: Sara Ferreira

A mais de um mês do Natal, em algumas cidades e localidades do país, o comércio regozija-se com o ar festivo que ganharam as ruas. Em Espinho, ao contrário do que é habitual, pouco se conhece sobre o que tem o Município agendado, quer em termos de animação e de agenda cultural, quer no que respeita à iluminação das principais ruas.

Os comerciantes vão, por eles próprios, decorando as montras, na expectativa de agitarem as vendas para a quadra que se avizinha. Um movimento que pretendem ser dinâmico e diferente do que tem sido implementado nos últimos anos para um negócio que foi fortemente afetado quer pelas obras no ReCaFe, quer por mais de dois anos de pandemia.

O Natal é um momento alto e, tradicionalmente, o espírito invade as principais ruas onde se encontram os estabelecimentos comerciais. Aos poucos os lojistas vão vendendo os produtos que vão fazer os encantos de crianças e de adultos junto de uma comunidade que valoriza fortemente uma das principais festas do ano.

As montras de alguns dos estabelecimentos já vão introduzindo o tema, perante um esmagador descontentamento da maioria dos comerciantes face à aparente inércia do Município de Espinho e à “falta de comunicação” como alguns se queixam.

“Não nos explicaram absolutamente nada até ao momento. Nem nos disseram quando iriam ligar as tradicionais luzes ou qual o tipo de programação que agendaram para a época especial do ano que é tão importante para o comércio local”, lamenta Manuel Oliveira, proprietário da Confeitaria Pá Velha/Vila Real Bombonaria. Relembrando que “esta é uma época fundamental para o negócio”, o comerciante afirma estar triste por verificar “que ainda nada está feito no sentido de decorar as ruas com a iluminação alusiva ao Natal. Isto não é bom para os comerciantes nem para a cidade”, salienta.

“Nós, que também damos o nosso contributo para a divulgação da cidade de Espinho sentimo-nos muito desapoiados”, acrescenta o comerciante, um dos mais antigos no comércio local.

Manuel Oliveira sente existir ” alguma desigualdade relativamente ao comércio de outras cidades onde as ornamentações natalícias já estão em pleno funcionamento”. O comerciante tem noção que os últimos anos não foram fáceis para o negócio, devido à pandemia e à quebra do poder de compra e, por isso, entende que faltam apoios para ajudar a alavancar o comércio: “Queremos sair da crise e da solidão”, revela.

Não há comunicação com os comerciantes

Percorrendo outras artérias e falando com mais comerciantes, as queixas, por esta altura, são as mesmas. Na Ourivesaria Pinho, na rua 14, o Natal é considerado como um dos momentos altos do ano, contudo, a falta de comunicação entre a autarquia é um ponto negativo. “Lamentavelmente não houve comunicação com os comerciantes, nem quiseram saber o que pensamos sobre aquilo que se poderia fazer na cidade para atrair as pessoas e estimulá-las a fazerem as compras de Natal no comércio de rua”, afirma Carlos Silva, da Ourivesaria Pinho. A crítica estende-se também à Associação Comercial local por não terem existido contactos.

“Não sabemos exatamente aquilo que irá ser feito, nem quais são as atividades que estão previstas. Esta comunicação já deveria ter sido feita aos comerciantes para que eles próprios pudessem preparar qualquer coisa para captarem os clientes”, afirma o comerciante espinhense. “As lojas também têm uma palavra e um contributo a dar nesta época festiva”, acrescenta.

Artigo completo na edição de 23 de novembro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.