Semana após semana, o custo de vida vai-se tornando mais pesado para os portugueses. Nas mercearias locais, resiste-se a aumentar o preço dos produtos, para manter a clientela fixa e o negócio a funcionar.

O aumento do preço dos alimentos tem sido um dos problemas que mais tem afetado a carteira dos portugueses, e não só, nos últimos anos. A juntar a outras dificuldades financeiras que têm surgido, como a inflação nos combustíveis ou das rendas, este é mais um obstáculo que o consumidor tem de ultrapassar.

No entanto, não são apenas os clientes que vivem este período de aperto. Também os comerciantes têm de tomar decisões difíceis, para manter o negócio a funcionar e não perder os clientes.

Maria dos Anjos, responsável pelo minimercado Mianjos, situado na rua 29, há 29 anos, considera que o momento é difícil, mas que “não se pode queixar, nem ser mentirosa”. “As coisas têm corrido mais ou menos bem. Há dias piores, mas há outros que acabam por compensar, principalmente no fim de semana”, descreve.

Maria dos Anjos (Foto: Sara Ferreira)

Já Ana Rosa, em Anta, apresenta visão oposta e assume que “o negócio está mau”. Gerente da mercearia homónima no largo do Souto, há 53 anos, a comerciante revela que as coisas “já não estavam bem”, antes desta crise de inflação, “mas ficaram cada vez pior”. Uma das razões, explica, está relacionada com a abertura do supermercado Mercadona, a poucas centenas de metros de distância: “sentiu-se muito. Vamos tentando colocar novos produtos em venda, para tentar agradar ao cliente, mas está muito difícil”, desabafa.

Ana Rosa (Foto: Sara Ferreira)

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 01 de fevereiro de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€