Sara Teles e Filipe Silva explicam que foi foi inicialmente aplicado em tapetes. Fotografia: Isabel Faustino/DE

Empresa espinhense fez nascer um fio amigo do ambiente para produzir tapetes, mas já prepara alargamento a toalhas e roupões.

Foram necessários oito meses de tentativas para que a Sorema conseguisse chegar ao objetivo final: criar um fio 100% reciclado a partir do desperdício produzido pela própria empresa que, até então, “era vendido ou aterrado”.

Segundo Sara Teles, responsável de desenvolvimento de produto da empresa localizada em Silvalde, a Sorema produzia, em média, “duas ou três toneladas de desperdício por mês”, o que representava “uma grande preocupação”.

Para dar “uma segunda vida” a estes produtos e adotar uma medida mais sustentável, a especialista em artigos têxteis de banho conciliou “os desperdícios normais e os de categoria premium”, obtendo um “fio único” e um novo “objetivo e rumo” da própria empresa. “Por norma, o que acontece é que estes fios são compostos por 80% de algodão e adiciona-se 20% de outra fibra para tentar unir, mas, neste caso, não foi necessário devido ao algodão que usamos e que é um de grande comprimento, o que ajuda na torção e a fazer um fio só”, explica Sara Teles.

Para dar corpo à ideia, a Sorema precisou de fazer uma adaptação dentro da própria produção e até alterar rotinas de trabalho. “Juntamos os desperdícios todos e fazemos fardos que, depois, são transportados de camião para uma fiação onde há trituração para começar novamente a fiar”, esclarece, revelando que “desde que o fardo sai da empresa até ao fio chegar demora cerca de um mês e meio a dois meses”.

Artigo disponível, na íntegra, na edição de 18 de abril de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€