Tiago André Alves Rocha, aos 36 anos, foi jogar para a principal competição francesa de andebol. “Um dos melhores campeonatos do mundo”, considera o pivô que é natural de S. Paio de Oleiros, mas que vive em Espinho. Em entrevista à Defesa, o andebolista internacional revelou que já tem contrato com outro clube para a próxima época. Falou da sua ligação a Espinho e do seu percurso desportivo, que inclui o Futebol Clube do Porto e o Sporting.

Como nasceu a sua relação com Espinho?
O meu pai, António Rocha, sempre teve uma ligação muito forte a Espinho. Era natural de Anta e jogou futebol nas camadas jovens do Sporting de Espinho, juntamente com o grande guarda-redes, António Fidalgo. Lembro-me, em pequeno, de acompanhar o meu pai aos jogos de futebol do Espinho e, em particular, do último ano em que o clube subiu à 1ª Divisão. São memórias que guardo com muito carinho. Sempre tive o meu coração nesta terra, quer no clube, quer na cidade.
Os meus pais sempre tiveram um apartamento em Espinho e já moro cá, no centro da cidade há, pelo menos, 15 anos. Desde criança que frequento a praia. Qualquer atividade que fazia era cá. Tenho um grande carinho por esta cidade e sempre que posso, quando estou no estrangeiro, falo de Espinho, sobretudo pela sua qualidade de vida.

Como foi o seu início na vida desportiva?
Em S. Paio de Oleiros, terra onde nasci, há duas modalidades muito fortes: o atletismo e o andebol. Quando era miúdo andava no atletismo e ficava sempre nas últimas posições. Mas também frequentei a natação, porque os meus pais sempre quiseram que praticasse desporto. Porém, quando estava na escola primária, o Grupo Desportivo S. Paio de Oleiros fez uma captação para novos jogadores e, num sábado, fui experimentar o andebol. Fiquei ligado à modalidade até hoje.

Que recordações tem dos primeiros tempos em que praticou andebol?
Tínhamos treinos ao sábado de manhã e havia algumas competições ao fim de semana. Foi uma modalidade que me apaixonou desde o início. Era um desporto coletivo e tínhamos de ter um espírito muito grande de entreajuda para conseguirmos marcar golo. Por outro lado, senti que tinha alguma aptidão para a modalidade. Estava sempre à espera que chegassem as manhãs de sábado para treinar e jogar.

Foi sempre pivô?
Nos bâmbis não havia posições fixas, mas mais tarde, nos infantis, comecei por jogar a lateral-esquerdo. Talvez por ser um bocadinho mais gordinho do que os meus colegas, passei a jogar a pivô. Foi um bocadinho pela minha fisionomia que acabei por ocupar essa posição, mas também por gostar de jogar andebol e conseguir adaptar-me a qualquer posição. O lugar de pivô não é fácil, até pelo contacto permanente que tem com o adversário e pela agressividade. Mas é uma posição que ajuda muito a equipa na construção do jogo ofensivo. Enquanto um ponta é um finalizador e um lateral é um rematador, o pivô tem de ser assistido para conseguir marcar golos. Mas o mais importante nesta minha função é criar situações para que os laterais e os centrais possam finalizar.

Por que razão nunca jogou no Sporting de Espinho?

Entrevista completa na edição de 23 de dezembro de 2021. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 30€.