Com as eleições legislativas mesmo à porta, a Defesa de Espinho procurou ouvir a opinião e as principais ideias dos candidatos de Espinho pelo Círculo Eleitoral de Aveiro. Em cima da mesa estão muitas propostas, havendo especial destaque para a consolidação da Arte Xávega, a despoluição dos rios, a requalificação da Linha do Vouga, a abertura da urgência hospitalar ou a preocupação com a diminuição da corrupção e da carga fiscal.

Quais são as suas ideias/mensagens gerais para Espinho e para o distrito?


Rita Bastos, Iniciativa Liberal

A Iniciativa Liberal traz a energia e as ideias necessárias para transformar um país que está estagnado há demasiado tempo, à sombra de um estado gigante e bafiento, e que vê cada vez mais cidadãos, especialmente jovens, saírem em debandada para países liberais. Espinho tem sofrido de forma intensa este fenómeno de falta de visão estratégica e de políticas esbanjadoras que falham em satisfazer as necessidades da população. Precisamos atrair investimento para que haja mais emprego e salários mais altos. Precisamos de menos burocracia, menos carga fiscal e mais dinheiro ao fim do mês na carteira dos espinhenses e dos portugueses. Precisamos de acesso a saúde de qualidade e em tempo útil. Precisamos gerir a despesa pública de forma eficiente, garantindo serviços que funcionam com a menor oneração ao contribuinte. Precisamos descentralizar o poder e a decisão, dando autonomia às localidades de resolverem os seus problemas particulares. Precisamos de uma rede ferroviária nacional que rapidamente ligue todas as regiões de uma forma ambientalmente responsável. Precisamos de justiça célere e de transparência na gestão pública. A Iniciativa Liberal vai pôr Portugal a crescer. Estamos preparados.

Renato Prata, CHEGA

No próximo dia 30 deste mês o país apresentar-se-á a eleições com o objetivo de eleger uma nova Assembleia da República e um novo governo. Não obstante a eleição de deputados acontecer por ciclo eleitoral, deverão estar sempre presentes o superior interesse do país e dos portugueses. O partido CHEGA irá, nestes próximos quatro anos de legislatura, continuar a tentar o cumprimento das suas ideias de um país com menor corrupção, com a criminalização do enriquecimento ilícito, redução do número de governantes ao serviço público e um emagrecimento das despesas públicas de forma a canalizar mais dinheiro para quem mais precisa. Uma legislatura de profunda mudança no já gasto sistema político nacional. Há 40 anos que os portugueses votam nos mesmos partidos e com os mesmos resultados. Urge dar oportunidade a quem procura lutar por um país mais equitativo, mais justo e onde a meritocracia seja a bandeira do crescimento e desenvolvimento económico-social. Por Deus, pela Pátria, pela Família e pelo Trabalho!

Fausto Neves, CDU

O voto, apesar do fumo lançado pelos “donos-de-isto-tudo”, é decisão fácil mesmo para memória frágil que: compare a miséria semeada por PSD/CDS em tempo de troika, com os avanços sociais feitos a partir da solução política proposta pelo PCP em 2015, recuperando economia e esperança; imagine o horror que teria sido vivermos a pandemia sob o governo PSD/CDS; lembre a seriedade da CDU, arrastando o PS para medidas de progresso social até 2021, ano do pagamento a 100% do “lay-off”, salvação de muitos trabalhadores em plena pandemia, já sem BE. Provocadas as eleições pelo governo, o “PS sozinho” aí está: reiterou a Lei Laboral/escravatura para os jovens e, para os espinhenses, renovou a concessão de jogo, de novo sem concurso público. Espinho, de cofres-vazios-PSD e com Câmara-PS-muda, perdeu milhões em silêncio. Também não será o governo PS, só ou mal acompanhado, a reabrir o Posto de Saúde da Marinha ou a Urgência do Hospital, defraudando os espinhenses.  O voto útil, sério e de esquerda só pode ser na CDU, força política de uma só cara: impede PS de aprofundar a política de direita; reforça a esquerda na Assembleia da República para resolver os problemas concretos de Espinho, do distrito e de Portugal.

Ernesto Morais, PAN

O PAN tem um vasto programa eleitoral, organizado em 11 eixos prioritários. São abordados temas como as alterações climáticas, os direitos humanos e igualdade ou a transparência, justiça e combate à corrupção, só para destacar os principais. Relativamente a medidas com impacto no distrito de Aveiro e Espinho, destaco as políticas relacionadas com a proteção dos oceanos e rios, com impacto na defesa da costa e da nossa Lagoa de Paramos/Barrinha de Esmoriz. Temos propostas concretas para a despoluição de rios e outros cursos de água, a reposição da carreira de guarda-rios e a consagração do ‘ecocídio’ como crime contra a humanidade. Promovemos também a criação de um tratado internacional para proteções dos oceanos e das espécies marinhas. No que se refere à habitação, um dos maiores problemas de Espinho, o PAN inscreveu no seu programa medidas que reforçam a aposta na habitação pública digna, a preços acessíveis, com espaços verdes de proximidade. Incorporamos também um conjunto de políticas que facilitem o acesso a uma habitação por parte dos mais jovens. Ainda nesta área, o PAN tem medidas para combater a pobreza energética, que afeta 20% da população, para que se viva com dignidade e conforto.

Ricardo Bastos Sousa, PSD

As eleições de 2019 determinaram que, pela primeira vez em muitos anos, o círculo de Aveiro deixasse de ter um deputado do concelho de Espinho. A candidatura do PSD em Aveiro é a única que pode garantir, de forma realista, que Espinho volta a ter um deputado na Assembleia da República (AR). É essencial que este território e esta comunidade possam ter um representante na AR. Porque essa proximidade é muito importante para se perceber os problemas e aspirações das nossas populações. Proximidade é aqui a palavra chave, e que permitirá intervir sempre que necessário. Há, no entanto, duas questões centrais no programa do PSD em Aveiro e que importam diretamente a Espinho. A defesa da costa, porque a exposição do nosso litoral ao risco não tem diminuído. Propomos a definição de um novo modelo de governação para o litoral por via da revisão da Estratégia Nacional de Gestão Integrada das Zonas Costeiras. Temos de ter instrumentos que agilizem as respostas a este fenómeno. Outra questão fundamental é a requalificação da Linha do Vouga, nomeadamente entre Oliveira de Azeméis e Espinho. É essencial para a mobilidade das populações do norte do distrito e para que haja um verdeiro interface com a Linha do Norte. E Espinho tem aqui, pela sua localização, um papel central.

José Laranjeira, CDS

O CDS-PP assume um papel de grande relevo na história da democracia em Portugal, em especial no distrito de Aveiro, e por esse motivo os nossos compromissos são pautados pelo lema da campanha “Pelas Mesmas Razões de Sempre”. Apresentamos como cabeça de lista, Martim Borges de Freitas. Pretendemos manter a nossa voz ativa e empenhada na defesa dos interesses estratégicos do distrito na Assembleia da República (AR), apresentando duas linhas fundamentais: o contacto com as pessoas e aquilo que são os compromissos do CDS, abordando as nossas preocupações e quais as soluções para cada um desses problemas. O CDS apresenta-se unido nesta campanha, com o objetivo de mudar o rumo do país, mostrando uma vez mais que este é um partido de todas as gerações, que quer apresentar soluções para os problemas de forma transversal, sem se focar apenas numa pequena franja da população. Somos a única opção para os eleitores de direita, porque um voto no CDS contribuirá para uma maioria de direita sem cedências nos nossos valores. Nenhum voto no CDS será desperdiçado, pois todos eles irão contribuir para a criação de uma solução governativa à direita. Acredito que Espinho e o distrito vão permitir que o CDS, com o seu deputado eleito, possa continuar a levar as nossas preocupações à AR.

Nuno Almeida, PS

É com responsabilidade que encaro a minha participação nestas eleições. A política exige que o político fale a verdade, seja corajoso, tenha um sentido de responsabilidade porque representa outros, e é isso que encontro nos candidatos de Aveiro pelo PS. Aveiro tem de ter na economia do mar um dos pilares do seu desenvolvimento, com a criação de um ecossistema entre comunidades piscatórias, empresários e universidade, que permita a consolidação das atividades marítimas e, em particular, da arte xávega, permitindo ao mesmo tempo o desenvolvimento das energias renováveis. É urgente concretizar as infraestruturas na saúde e educação, na rodovia e ferrovia que possam contribuir para a fixação da população jovem, para uma melhor mobilidade sustentável e para o aumento da competitividade, inovação e coesão do distrito. O país, o distrito e Espinho, necessitam de uma urgente reorganização administrativa, até pelo facto de haver concelhos que o integram, mas que estão incluídos numa área metropolitana sedeada noutro [distrito]. A regionalização, ou a descentralização nos municípios com eleições diretas e alocação financeira, ajudariam a aumentar o pensamento fora da capital, e a contribuir para uma maior democraticidade nas decisões.

NOTA: A Defesa de Espinho contactou os candidatos de Espinho de todos os partidos que concorrem pelas listas ao Círculo Eleitoral de Aveiro. Até ao fecho da edição, não foi possível obter resposta da candidata pelo Bloco de Esquerda.