Mar galga barreiras em Paramos e em Silvalde

Foto: Defesa de Espinho

A zona da beira-mar de Silvalde e a Praia de Paramos foram hoje surpreendidas por uma inundação nos passeios e nas estradas. A forte ondulação que se fez sentir durante a noite e madrugada levou a que as ondas ultrapassassem as proteções e as barreiras, espalhando água do mar, areia e detritos.

Foto: Defesa de Espinho/DR

“Felizmente o mar não causou mais danos do que o ter destruído os jardins e trouxe, também, algumas pedras para a esplanada”, disse o presidente da Junta de Freguesia de Silvalde, José Carlos Teixeira, à Defesa de Espinho.

“A nossa grande preocupação será, agora, identificar alguns dos danos provocados na proteção existente e iremos questionar a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre o que pretende fazer e que medidas pretende implementar aqui”, explicou o autarca silvaldense.

“Este é um drama vivido pela nossa população há já alguns anos e que se repete, com mais frequência, ultimamente”, acrescentou José Carlos Teixeira, alertando para o facto de as pessoas que ali vivem “terem receio do futuro”.

O presidente da Junta de Silvalde vai querer que “a APA se debruce sobre este problema” e que “aponte soluções para a defesa da costa neste local, de forma a salvaguardar a vida das pessoas e dos seus bens”.

Por fim, José Carlos Teixeira acredita que “se estivessem outras condições climatéricas, mais desfavoráveis, a situação teria sido bem mais dramática. Neste momento não há previsões que ponham em causa a segurança naquela zona, mas acredito que se o tempo piorar, poderá haver mais problemas ao longo da semana”, remata.

Por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Paramos, Manuel Dias também se mostrou bastante preocupado com o que aconteceu hoje na praia daquela freguesia. Nada que o tenha surpreendido, tendo em conta tudo aquilo que vinha ultimamente dizendo e que foi em tempos reproduzido pela Defesa de Espinho.

“Felizmente não foram registados danos além dos que constatámos na proteção em frente à Capela de S. João”, disse Manuel Dias, assegurando que hoje [20 de março] já esteve em contacto com a diretora da APA, Inês Andrade.

“A maior preocupação não será a água que o mar levou para cima da via pública e algumas pedras que lá foram parar. O pior será o rombo que foi aberto no lado sul da defesa do enrocamento”, alertou Manuel Dias.

Segundo o autarca paramense, “a APA irá enviar um técnico durante o dia de amanhã para verificar toda aquela estrutura que poderá colapsar”.

Manuel Dias diz que “há que insistir para o reforço dos esporões e para a reposição de alguma pedra atrás da Capela de S. João. Contudo, teremos mesmo de verificar se o rombo causado na proteção terá aumentado, porque durante a manhã já haviam caído duas pedras. Se não se conseguir segurar aquela estrutura todas as restantes pedras começarão a cair”, conclui o autarca de Paramos.

Durante o dia de hoje a Polícia de Segurança Pública e a Proteção Civil Municipal colocaram algumas fitas na Praia de Paramos, junto à Capela de S. João, de forma a que nem as pessoas, nem os automóveis se aproximassem do mar.

Os trabalhos de limpeza foram encetados pelas próprias juntas de freguesia e pelo Serviço de Proteção Civil Municipal de Espinho e deverão prosseguir nos próximos dias.