Foto: Francisco Azevedo

Manuel José Azevedo patinou nos rinques da Associação Académica de Espinho, do Sporting Clube de Portugal e do Futebol Clube do Porto. Autor de muitas alegrias para os adeptos deste clube, pendurou os patins e dedicou-se ao dirigismo como vice-presidente financeiro da Federação de Patinagem de Portugal. Homem de muitos amores no desporto, teve ainda uma passagem pelo futebol tigre e pelo voleibol dos mochos.

Agora fora do ativo, mas a acompanhar sempre de perto, o espinhense falou à Defesa de Espinho e recordou uma vida ligada ao desporto e ao seu querido hóquei em patins.

Como se iniciou na prática desportiva?

Isso agora já não é normal, mas na minha geração era habitual os nossos pais colocarem-nos a todos na ginástica. Isto porque as aulas de Educação Física não tinham a mesma projeção que têm hoje em dia. E ginástica era na Académica. Na altura, o clube ainda não tinha pavilhão, mas tinha alugado um armazém grande onde se praticava ginástica, creio que era na Rua 29 ou na Rua 31. O normal naquela época era a partir dos três, quatro anos começar na ginástica e seguir para os outros desportos por volta dos oito ou nove. Uns iam para o voleibol, outros para o futebol, outros para o hóquei e havia quem continuasse na ginástica. Espinho era a terra do desporto. Saíamos do colégio e íamos ou para a rua jogar futebol ou para a praia jogar voleibol.

No seu caso, prosseguiu logo para o hóquei?

Por coincidência, sim. Fui eu, o Amadeu Morais, o João Sardinha, o António Carvalho e aquele a quem nós chamávamos o pior guarda-redes do mundo, o Vítor Marques. Com nove, dez anos fomos todos para a Académica jogar hóquei em patins. O porquê? Não me lembro. Sinceramente não me lembro. Mas demos com um senhor que é uma referência da Académica e nos ajudou bastante: o senhor Francisco Alera. O homem era um santo, porque nos aturava. Era amigo, era pai, era mais do que um treinador. Com ele fomos campeões de juniores em 1965. Fui para o hóquei por acaso e fiquei porque esse senhor me fez sentir bem na modalidade. Ele e o Arquiteto Jerónimo Reis que era o presidente da Académica e também gostava muito de nós e do hóquei em patins.

Teve outras paixões desportivas?

Vou-me gabar um pouco. Eu tinha habilidade para todos os desportos e modalidades. Como havia muito desporto de rua, havia também jogos anuais entre o Colégio São Luís e a Escola Comercial. Jogos de futebol, andebol, voleibol, provas de atletismo. O Colégio São Luís tinha instalações para o voleibol e foi precisamente lá que nasceram grandes figuras do voleibol do Sporting Clube de Espinho, como, por exemplo, o Carlos Padrão. O Colégio tratava bem todas as modalidades e era lá que o SC Espinho e a Académica iam buscar os jogadores.

E foi precisamente num desses jogos de rua que eu fui parar ao futebol tigre por uma época. Juntávamo-nos no passeio entre a Rua 15 e a Rua 62, porque era um passeio largo, e quem jogava era eu, o Acácio que foi um grande jogador do SCE, o Ribeirinho e outros. Não me quero gabar, mas a equipa onde eu jogasse, ganhava. Acabei por jogar uma época no Espinho, mas no final da temporada vim embora, porque sentia que a minha modalidade era o hóquei.

No entanto, eu também ia para a praia jogar voleibol no verão. E o Carlos Padrão viu-me e disse que eu tinha de ir jogar para a Académica. Eu tinha 1,73 metros, mas ele dizia que tinha umas mãos maravilhosas e devia ir para a equipa. E eu lá fui.

Chegou a conciliar a carreira de hoquista e voleibolista?

Sim. Durante algum tempo. E ajudei a Académica a subir à primeira divisão depois de muito tempo na segunda. Quem é que jogava? O António Santos, o Vítor Marques, o Carlos Padrão.

O que o fez optar pelo hóquei em patins?

Notícia completa na edição de 19 de maio de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.