Quem não se lembra do Estrela, ou do senhor Luís, ou do Luís Cenoura, figura ligada, durante longos anos, à história da Piscina Solário Atlântico. Nadador-salvador, eletricista, um faz-tudo, mas acima de tudo, um homem respeitado que atualmente tem 77 anos. No desporto serviu o seu eterno Rio Largo CE e, também, o Desportivo da Ponte de Anta. Jogou futebol no SC Espinho e foi bombeiro, nos Voluntários Espinhenses. Cresceu no Rio Largo e foi aí que aprendeu a nadar.

Por que razão o chamam Luís Estrela?

O meu falecido pai era Estrela e esse apelido passou para o meu irmão e, depois, foi a mim que me começaram a chamar Estrela. Neste momento, sou eu que sou conhecido por esse nome.

Ainda se recorda do lugar onde nasceu?

Nasci no Rio Largo e foi lá onde passei a minha juventude até casar. Casei aos 23 anos, depois de regressar da Guiné, onde cumpri o serviço militar obrigatório. Cheguei em novembro e ao fim de dois meses casei.

O que faziam as crianças, nesse tempo, no Rio Largo?

As crianças brincavam no rio e passavam o tempo naquele local, uns com os outros, até à meia-noite. Era um espaço diferente daquele que é atualmente, pois está completamente modificado. Havia um fontanário e uma palmeira e jogávamos à bola. As nossas mães chamavam-nos para irmos para casa e nós não ligávamos, porque só queríamos brincar e conviver uns com os outros. Mais tarde, comecei a andar atrás dos velhos do Rio Largo para jogarmos à bola. Com as raparigas jogávamos ao trinca-cevada e às escondidinhas. Eram as nossas diversões da altura.

Jogou futebol?

Sim. Comecei a jogar futebol de onze e futebol de salão, com 14 anos, no Rio Largo Clube de Espinho. Mais tarde, nos juniores e nas reservas, fui jogar para o Sporting Clube de Espinho. Depois disso fui jogar para o S. João de Ver, onde estive durante três anos. Após o meu regresso do Ultramar fui jogar, durante três épocas, no SC de Arcozelo, onde terminei a minha carreira de futebolista.

Depois manteve-se ligado ao Rio Largo Clube de Espinho!…

Decidi ficar ligado ao clube e ajudar toda aquela maralha. Conhecia-os a todos e, afinal, foi ali que cresci e onde tinha os meus amigos. Cheguei a ser presidente da direção do clube durante mais de uma década. Depois disso, passei a acompanhar, com grande entusiasmo e como adepto, o clube nos seus jogos no futebol popular, como o faço ainda hoje. Foi lá que nasci e é esse o clube do meu coração.

Esteve ligado, também, ao Desportivo da Ponte de Anta!

A minha mulher era desse local e era aí onde vivia. Convidaram-me para reorganizar o clube, em 1986, e aceitei. Fui presidente durante uma década, mas acabei por regressar à casa-mãe, o meu Rio Largo FC.

Esteve ligado, durante muitos anos, aos Bombeiros Voluntários Espinhenses…

Fui bombeiro durante mais de 20 anos, muito porque o meu irmão, o Estrela, tinha uma fortíssima ligação a esse corpo de bombeiros.

Recorda-se como eram os nadadores-salvadores antigamente?

No tempo do meu irmão eles tinham uma barraca na praia em frente à piscina e um barco de madeira para os salvamentos. Isso era organizado pelos Bombeiros Voluntários Espinhenses. Desse grupo, faziam parte o meu falecido primo, o António Cântara e o Zé Preto.

Entrevista completa na edição de 28 de julho de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.