Além do seu trabalho no ISPUP, Ana Rute dá aulas na Universidade do Porto e leciona cursos para profissionais de saúde (Fotografia: Sara Ferreira)

No dia em que se assinalou o Dia Mundial da Saúde Mental, (10 de outubro), a Defesa de Espinho conversou com Ana Rute Costa, uma investigadora espinhense que tem dedicado a sua vida profissional à investigação na área da saúde, estando atualmente focada no declínio cognitivo e na problemática das demências.

Aos 39 anos, é no projeto MIND –Matosinhos que está mais envolvida, mas não esconde que dar aulas se tem relevado numa das maiores paixões. Nos próximos seis anos, vai dedicar-se à investigação do impacto da perda auditiva no declínio cognitivo, tudo fruto de um contrato atribuído pela Fundação para a Ciências e Tecnologia de investigador júnior.

Cresceu em Espinho e ainda hoje reside na cidade. Que memórias mais especiais guarda?

Adoro viver em Espinho e não quero sair da cidade. Quando penso nas memórias e em especial a infância, recordo de imediato a praia e a feira. Além disso, não posso esquecer os amigos que ainda hoje se mantêm, pois continuo a ter meu grupo de amigos do secundário e, para mim, são essas as memórias principais.

Espinho influenciou de alguma forma a pessoa que é?

Não propriamente a cidade, mas as experiências que vamos tendo ao longo da vida e que nos vão orientando. A família, os amigos e os grupos que vamos tendo vão influenciando o nosso percurso. O facto de Espinho ser uma cidade pequena, em que toda a gente se conhece, em que há muita interação entre as pessoas e uma ligação muito forte, isso fluência claramente o nosso percurso.

A escola, em algum momento, lhe despertou o interesse pela investigação?

Acho que a escola é essencial para nos estimular e incentivar a saber mais e a querer aprofundar os nossos conhecimentos. No entanto, o interesse pela investigação propriamente dita surgiu muito mais tarde, até porque eu venho do curso de Línguas e Humanidades e não de Ciências e Tecnologias. Apesar de eu ser investigadora não trabalho em laboratório. O meu tipo de investigação é diferente, é uma investigação em saúde pública populacional, ou seja, o que nos interessa é a saúde das populações e não é laboratorial. Venho do curso de Línguas e Humanidades, no secundário, e entrei na licenciatura de Psicologia na Universidade do Porto, pois esse sempre foi o meu objetivo. Já na parte final é que me orientei mais para a área da saúde e quando terminei a licenciatura comecei logo a trabalhar em investigação.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 20 de outubro de 2022. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€