Espaços verdes esquecidos e passadeiras a terminarem sobre jardins

A rotunda 25 de Abril tem estado ao abandono há muitos meses

A rotunda 25 de Abril está sem flores e o jardim envolvente não está arranjado. A rua 33 é o exemplo do desleixo e do esquecimento da periferia. Há até passadeiras que ficam em frente a jardins, porque não houve o cuidado de as pintar uns metros mais abaixo.

Espinho continua a ser uma cidade de contrastes, com dois pesos e duas medidas. São exemplo, os arranjos dos jardins perto do edifício da Câmara Municipal, que estão bonitos e cuidados, ao contrário de outros espaços na periferia da cidade, que continuam ao abandono e sem um olhar mais atento de quem de direito.

A poucos dias de se assinalar o 49.º aniversário do 25 de Abril, a rotunda com o mesmo nome e que simboliza a liberdade conquistada pelos capitães em 1974, está completamente ao abandono, descuidada, suja, sem jardins e com a terra remexida devido a uma rotura de uma conduta que já leva muitos meses. Um sinal de desleixo, sem relva e sem flores quando outrora até foi um espaço cuidado, num ponto de confluência de muito trânsito, de entrada e de saída da cidade.

Atualmente, o espaço onde se presta uma homenagem à revolução dos cravos, entre a rua 33 e a avenida 32, é o espelho da desolação, bem demonstrativo do total desinteresse da autarquia pelas zonas mais periféricas da cidade.

Passadeiras pintadas… mas só em alguns locais

E se no centro há passadeiras pintadas de novo, a nascente da rua 33, por exemplo, há obras inexplicáveis. São exemplo as passadeiras no cruzamento com a rua do Porto.

Ali foi construído um prédio e são visíveis as passagens em torno dos jardins para os peões que deveriam ter, em frente, passadeiras. Contudo, no seu enfiamento existe, apenas, um passeio e as passadeiras estão pintadas, incompreensivelmente, em frente aos espaços ajardinados. Ou seja, os peões, ao atravessarem as ruas, ou passam pela estrada, contornando o jardim, ou pisam-no.

No cruzamento da rua do Porto com a rua 33, as passadeiras estão pintadas à frente de um jardim

Mas no espaço urbano central, mais cuidado, nem tudo está bem. No ReCaFe, a relva dos locais ajardinados, em vários pontos de maior atravessamento de pessoas, está pisada, com trilhos em terra, por não existirem ali passagens para peões. Nos espaços onde há a necessidade de atravessamento das pessoas, nomeadamente na rua 21, poderiam colocar-se lajes ou fazer-se um caminho, de forma a facilitar os acessos para poente. Tratam-se de zonas de atravessamento que não estavam previstas no projeto, mas que seriam facilitadoras para a mobilidade pedonal.

São visíveis os trilhos feitos em cima da relva para atravessamento de pessoas da rua 21 para o ReCaFe

O ReCaFe, a norte, está visivelmente cuidado, mas a sul, os jardins estão ao abandono. Há floreiras vazias ou com plantas secas na rua 25, dando mais uma nota de desleixo.

Estacionamento sem elevador

O parque de estacionamento subterrâneo do ReCaFe demorou a ser aberto e já está em funcionamento desde novembro do ano passado. Contudo, os elevadores estão parados, obrigando as pessoas com deficiência ou com dificuldades motoras a terem de utilizar as rampas, a norte ou a sul, para acederem ao seu automóvel.

Os elevadores do parque de estacionamento subterrâneo não funcionam

A obra de requalificação não está concluída e ainda não terá sido entregue, na totalidade ao Município de Espinho, mas são visíveis alguns erros, tão criticados em campanha eleitoral pelos candidatos que atualmente estão no Executivo e que nunca foram corrigidos.