Estádio Municipal de Espinho: Projetistas asseguram que empreitada tem condições para ser executada

Foto: Defesa de Espinho

Os projetistas do Estádio Municipal, em comunicado emitido hoje, vêm contrariar todas as declarações proferidas pela Câmara Municipal sobre aquele equipamento, assegurando que a empreitada que foi adjudicada por 4,5 milhões de euros “tem condições para ser executada, terminada e sujeita às vistorias o IPDJ, sendo considerado apto para a prática desportiva”.

Segundo Diogo Lacerda (arquiteto) e Joaquim Ferreira (engenheiro), “as infraestruturas do Estádio estão todas previstas e capazes de servir o recinto desportivo, faltando a sua extensão, até aos pontos indicados e coordenados com os serviços municipalizados, nomeadamente águas pluviais e saneamento”. “De acordo com o estabelecido (na altura) com a Câmara Municipal, as extensões de águas pluviais e esgotos (cerca de 200 metros) seriam promovidas numa empreitada à parte, através dos serviços próprios. Este trabalho é obrigatório para o bom funcionamento do Estádio”, sublinham.

Segundo os autores dos projetos de arquitetura e de engenharia, “a iluminação do Estádio (com capacidade para transmissões televisivas) também obedeceu ao mesmo critério, ou seja, estão incluídas todas as infraestruturas para o funcionamento da iluminação, faltando os postes e os projetores, que estão projetados e orçamentados em 360.000 euros. O objetivo definido pela Câmara Municipal era de lançar esta empreitada, na fase final de construção do Estádio. Para um bom esclarecimento, este não é trabalho obrigatório e pode ser realizado em qualquer altura, ficando o Estádio condicionado às provas desportivas diurnas. Recomendamos, do ponto de vista técnico, a execução nesta fase, das fundações das torres de iluminação”, dá nota o documento.

De acordo com os autores do projeto do Estádio Municipal, “os arranjos exteriores envolventes não estão previstos na empreitada, faltando definir a área e o tipo de intervenção a afetar, não sendo algo constrangedor do ponto de vista financeiro” e “os trabalhos complementares aprovados na ordem de 0,5 milhões de euros, referem-se à dificuldade de execução da empreitada, especialmente na movimentação de terras, falta de capacidade de suporte do terreno e necessidade de drenagem dos terrenos por excesso de água. Estes problemas tiveram que ser resolvidos em obra e não deixados para o futuro, pelo que se tornaram imprescindíveis para o bom funcionamento do Estádio”, acrescentam.

Sobre a questão da bilheteira norte do Estádio e a alegada expropriação de terrenos particulares, Diogo Lacerda e Joaquim Ferreira afirmam que, “caso seja necessário (são cerca de 20 a 30 metros quadrados de terreno a expropriar), a equipa projetista desvia o acesso e assim evita qualquer tipo de expropriação”.

A equipa projetista considera, assim, que “a execução de um projeto tem de ser realista, e adaptado à capacidade do dono de obra, pelo não faz sentido o apontamento de uma obra que pode custar os 13 milhões de euros. Não é um valor realista, nem está enquadrado com o projeto a concurso, razão que nos obrigou a transmitir este comunicado e a esclarecer todos os espinhenses, que tal com nós, desejam ver concretizada uma obra que tem um longo historial de fracassos e insucessos e que agora merece definitivamente um empurrão final, sem comprometer o orçamento camarário”, sublinha.

“O estádio é um pequeno estádio, com cinco mil lugares e adaptado às necessidades da cidade”, acrescentam os projetistas.

“O projeto em causa, foi adjudicado por 4,5 milhões de euros, mais os trabalhos complementares 0,5 milhões de euros, sendo obrigatório lançar as empreitadas para completar os arranjos exteriores e as extensões das condutas de águas pluviais e saneamento. Esta é a realidade do projeto e daquilo que é necessário fazer para viabilizar e colocar em uso o Estádio Municipal”, acrescentam, mostrando “a inteira disponibilidade da equipa projetista, em prestar todos os esclarecimentos e colaborar de forma global nos vários aspetos julgados necessários para o bom andamento da obra”.

Note-se que os projetistas, desde a tomada de posse da nova equipa de gestão da Câmara Municipal, garantem que nunca foram chamados “para quaisquer esclarecimentos ou dúvidas” sobre o projeto de sua autoria e que nas reuniões de obra semanais, constataram sempre “um clima de incerteza com muitas dúvidas sobre o futuro do Estádio Municipal”, facto pelo qual afirmam ter solicitado “uma reunião com a Câmara Municipal, não tendo obtido resposta até ao momento”.

“Estamos crentes que, sendo a equipa autora do projeto, aquela que possui conhecimentos relevantes sobre o projeto, seria a entidade indicada para esclarecer as dúvidas, sobre todos os aspetos de construção do Estádio”, terminam.