Foto: Francisco Azevedo

Miguel Maia anunciou hoje [13 de junho] o final da sua carreira como jogador de voleibol, aos 52 anos de idade. O jogador olímpico contou com a sala do Centr Multimeios completamente cheia com muitos dos que estiveram ao seu lado ao longo de 46 anos de atleta.

Miguel Maia, nas palavras que dirigiu a anunciar o final da sua carreira como atleta, anunciou a intenção de se candidatar a presidente da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV), assumindo que nunca o faria contra o atual presidente, Vicente Araújo, presente na cerimónia.

“Esta é a minha despedida. Aos 52 anos acabo a minha carreira como jogador de voleibol”, disse a lenda do voleibol português, acrescentando que dedicou a sua vida a este desporto. “Há um misto de orgulho e de saudade” referiu Miguel Maia garantindo que nunca antecipou este dia. “Nunca imaginei terminar a minha carreira e nem o quis fazer durante todo este tempo, mas chegou a hora”, afirmou.

Miguel Maia fez questão de deixar um agradecimento a todos os que contribuiram para a sua carreira, em especial aos seus treinadores e à sua família em particular – mulher, filhos, pai, mãe e irmã.

O atleta olímpico fez questão, ainda, de oferecer a sua camisola número oito ao seu filho mais velho, Guilherme Maia, que a irá usar, a partir de agora, na Associação Académica de Espinho.

Na sua sua intervenção, a presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz teceu os mais rasgados elogios a Maia, classificando-o como “um atleta de excelência” que se “tornou numa referência incontornável do desporto nacional e num nome maior da cidade de Espinho”.

A autarca espinhense recordou que Miguel Maia “vestiu a camisola dos dois clubes mais representativos do concelho, conquistou um número sem fim de títulos no pavilhão e na praia, carregou as cores e a bandeira de Portugal nos maiores palcos do desporto mundial”.

“Foram 46 anos a jogar que lhe valeram ser hoje um sinónimo da modalidade, reconhecido e admirado por várias gerações de atletas, profissionais e amantes do voleibol”, sublinhou, assumindo que “a sua carreira de excelência, a dedicação à modalidade e o amor que tem pela sua cidade, ajudaram a cimentar a posição de Espinho como capital nacional do voleibol”.

“Obrigada Miguel pelo percurso e pelo empenho. És um exemplo para Espinho e para o país”, terminou Maria Manuel Cruz.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, enviou uma mensagem em vídeo com uma “agradecimento e reconhecimento pelos 46 anos ao serviço do voleibol português”.

João Paulo Correia classificou Miguel Maia como “um exemplo que sempre foi como desportista e uma fonte de inspiração para as jovens gerações que hoje praticam desporto e o voleibol”.

“Foi um dos maiores talentos do desporto português”, afirmou o membro do Governo que tutela o desporto, acrescentando que “emprestou o seu talento aos clubes que representou, ajudando a fazer um percurso internacional e às nossas seleções”.

O treinador que acompanhou Miguel Maia no voleibol de praia e nos dois clubes espinhenses, Francisco Fidalgo afirmou que o atleta “foi o mais descomplicado que conheci. Foi um dos grandes jogadores de voleibol de praia do mundo”, salientou o técnico espinhense.

Por fim, João Brenha, o companheiro de Maia na praia e no pavilhão, disse ser “um felizardo por ser seu amigo (somos amigos de infância) e por ter jogado com ele durante a maior parte da minha vida desportiva”.

“A maior parte dos títulos que conquistei foi ao lado dele”, afirmou João Brenha sublinhando que Miguel Maia “é uma figura ímpar do nosso voleibol”.

“Jogar até aos 52 anos nem nos melhores sonhos de qualquer um! Esta sua carreira foi uma dádiva. O Miguel e o voleibol estarão associados para sempre”, concluiu.