(Fotografia: Sara Ferreira)

David Carvalho, de 68 anos, prepara-se para realizar um espetáculo especial e comemorar mais de 50 anos de carreira. Com uma paixão inabalável pela música, o cantor vai subir ao palco do auditório da Junta de Freguesia de Espinho, dia 14 de outubro, mas não esconde que há projetos para o futuro.

Como nasceu a sua ligação à música?

Comecei a cantar a solo com 15 anos, no grupo recreativo da Boavista da Estrada, em Arcozelo, a minha terra natal. Depois disso, comecei a cantar em outras localidades e assim iniciou o meu percurso como cantor, isto em 1970. Mais tarde, em 1973, fiz parte do conjunto Los Panchos, que foi formado pelo António Ferreira, mais conhecido pelo Toninho anão, que tocava bateria e era muito conhecido em Espinho. Em Arcozelo cantei em ranchos folclóricos, fiz teatros e, com 15 anos, cantava na Tuna de Perosinho e no grupo coral da Igreja.

Nunca deixou de cantar?

Não, cantei em muitas cidades e em vários espaços, nomeadamente o Palácio de Cristal e o teatro Sá da Bandeira, no Porto, com vários artistas conceituados na música ligeira portuguesa. Quando o conjunto Los Panchos acabou, formei o Pop Kings, e aí percorremos um pouco o país, fazendo atuações em diversas cidades. Esse conjunto terminou, mas eu continuei o meu percurso musical, passando por outros grupos.

Que momento importante da sua carreira se recorda?

Em 1974 concorri ao primeiro Festival de Intérpretes, organizado pelo Sporting Clube de Espinho, no Casino Espinho, no qual fiquei em segundo lugar. No ano seguinte, na segunda edição desse festival, fui o vencedor e, em 1976, na terceira edição, fiquei em terceiro lugar.

Acabou por ser uma fase importante na sua carreira?

Sim. Acho que o meu percurso, como artista amador, é invejável. Quando venci o festival, podia ter ido gravar para Lisboa, pois deram-me essa possibilidade, mas não quis ir porque eram tempos difíceis e tinha o meu emprego no Porto. No entanto, um poeta do Porto escreveu-me três letras para eu gravar com um organista que se chamava José Guimarães. Foi a partir daí que decidi continuar o meu percurso.

Entrevista disponível, na íntegra, na edição de 21 de setembro de 2023. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€