Baixa frequência de autocarros na Idanha causa transtorno aos moradores

Fotografia: Defesa de Espinho/DR

Os moradores na rua da Idanha queixam-se da falta de transportes públicos desde que entrou em funcionamento a rede UNIR da Área Metropolitana do Porto (AMP). Quando o percurso era assegurado pela União dos Transportes dos Carvalhos, os autocarros passavam com frequência e de acordo com as necessidades da população. População sente-se discriminada com o novo sistema.

Os idanhenses lamentam que numa das principais ruas de ligação entre o centro da cidade e as freguesias de Anta e de Guetim e Grijó, os novos autocarros não passem com a frequência que passavam antes de entrar em vigor a nova concessão de transportes públicos da AMP.

Augusto Gouveia de Sousa tem 73 anos e mora na rua da Divisão, em Anta e não compreende os horários dos novos circuitos. “Não batem certo com aquilo que temos disponível através do que é publicado pela UNIR”, dá nota o cidadão, acrescentando que os poucos autocarros que existem “não cumprem os horários e não passam com a mesma frequência que passavam quando o serviço era assegurado pela União de Transporte dos Carvalhos (UTC). O que se verifica, atualmente, é que há apenas duas carreiras e o horário já foi alterado. Por isso, a situação está a ficar cada vez pior”, constata.

Augusto é um dos muitos cidadãos que tem o transporte público como meio de deslocação até ao centro de Espinho. Ele e a mulher serviam-se do autocarro para ir às compras, mas ultimamente diz que tem feito o percurso da Idanha até à estação ferroviária a pé. “A minha mulher foi às compras a um supermercado na rua 21 e teve de percorrer cerca de 2,5 quilómetros com os sacos na mão”, conta o morador que considera impensável ter de se deslocar de táxi porque fica bastante caro. “O táxi fica caríssimo, cerca de sete euros em média”, revela. “É incomportável e não há necessidade disso porque, teoricamente, estamos servidos pelos transportes públicos”, acrescenta.

Augusto Gouveia tem de recorrer por diversas vezes à Unidade de Saúde de Anta e se o tiver de fazer a pé, a distância é considerável. “Tenho, apenas, duas alternativas: ou vou à Ponte de Anta, ou vou pela Quinta da Lagarta. São muitos quilómetros para fazer a pé. Tenho 73 anos e já tive dois enfartes e, por isso, não tenho saúde para fazer percursos tão longos”, dá nota.

Artigo completo na edição de 8 de fevereiro de 2024. Assine o jornal que lhe mostra Espinho por dentro por apenas 32,5€.